segunda-feira, 27 de março de 2017

Lido: A Bela-Menina

Há, nos contos populares de vários países, várias histórias que têm nos príncipes encantados, magicamente transformados numa quantidade de monstros ou animais o seu principal motor narrativo. A Bela-Menina, recolhida por Adolfo Coelho em Ourilhe (é relevante a recolha ter sido feita nesta aldeia minhota dadas algumas peculiaridades linguísticas do texto que o afastam um pouco do português habitual) é um exemplo bem português, uma história maravilhosa (naturalmente), cuja moral, razoavelmente complexa mas também bastante cristã, defende a tolerância para com o que e os que são diferentes, a supremacia moral de bons sentimentos como a piedade e a resignação com aquilo que cabe em sorte a cada um. A Bela-Menina do título é uma rapariga urbana cuja família é forçada a mudar-se para a aldeia pelos azares da sobrevivência e, longe de fazer dessa mudança um drama, como as irmãs, recolhe dela o que de melhor ela tem para oferecer. É uma história interessante, em parte por causa dos detalhes linguísticos já referidos.

Contos anteriores deste livro:

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